Blog do escritor Ferréz

Sobre o texto na Folha de São Paulo.

Salve
Na segunda feira, 8 de outubro de 2007, foi publicado um texto meu no Jornal Folha de S. Paulo.
Fiz o texto, a pedido do coordenador de artigos Uirá Machado, que trabalha na Folha. Ele me mandou a carta de Luciano Huck, sobre seu assalto no Jardins.
Coloquei o nome de: Pensamentos de um "correria", , e com minha mente literária e ingênua fiz uma ficção onde o ponto de vista eram dos ladrões. Quando enviei o artigo para ele, que foi escrito em 5 horas, me mostrei preocupado por ser quase um conto, e podia fugir do estilo do espaço Tendências/Debates, mas o texto foi publicado.
Até ai, eu imaginava que não era difícil de entender o que queria passar, mas esqueci de uma coisa que vivo repetindo em minhas palestras, que esse pais tem uma mania de falar muito em analfabetos funcionais, mas um analfabeto num pode funcionar. Ou ele tem interpretação de texto ou não tem, e sobre as centenas de cartas que recebi sobre meu texto de ficção, dá pra ter certeza que interpretação de texto não é o forte desses "leitores".
O texto já dá pra notar no título que é ficcional, assim como fiz o ponto de vista do ladrão, poderia ter feito o retirante nordestino (como fiz em Capão Pecado, meu primeiro livro) poderia ter feito sobre um evangélico (como fiz em Ninguém é inocente em São Paulo) ou qualquer outro personagem que quisesse.
bom, num vou me alongar, se não vão pensar que estou me explicando, e esse comunicado não tem essa finalidade, escrevi aqui no meu Blog pois as pessoas que admiram o meu trabalho e minha história de vida, e pra quem sempre tento ser um bom exemplo, saibam que apesar de todas as críticas, num volto uma vírgula do que escrevi e estou firme e forte na missão.
abaixo o texto publicado no Jornal Folha de S. Paulo.

Pensamentos de um “correria”.

Ele me olha, cumprimenta rápido e vai para a padaria. Acordou cedo, tratou de acordar o amigo que vai ser seu garupa e foi tomar café.
A mãe já está na padaria também, pedindo dinheiro para alguém para tomar mais uma dose de cachaça, ele finge não vê-la, toma seu café de um gole só e sai pra missão, que é como todos chamam fazer um assalto.
Se voltar com algo, seu filho, seus irmãos, sua mãe, sua tia, seu padrasto, todos vão gastar o dinheiro com ele, sem exigir de onde veio, sem nota fiscal, sem gerar impostos.
Quando o filho chora de fome moral não vai ajudar.
A selva de pedra criou suas leis, vidro escuro para não se ver dentro do carro, cada qual com sua vida, cada qual com seus problemas, sem tempo pra sentimentalismo.
O menino no farol não consegue pedir dinheiro, o vidro escuro não deixa mostrar nada.
O moto boy tenta se afastar dele, desconfia pois ele está com outro na garupa, lembra das 36 prestações que faltam para quitar a moto, mas tem que arriscar e acelera, só tem 20 minutos para entregar uma correspondência do outro lado da cidade, se atrasar a entrega perde o serviço, se morrer no caminho, amanhã tem outro na vaga.
Quando passa pelos dois na moto, percebe que é da sua quebrada, dá um toque no acelerador e sai da reta, sabe que os caras estão pra fazer uma fita.
Enquanto isso, muita gente em seus carros, ouvem suas músicas, falam em seus celulares e pensam que estão vivos e num pais legal.
Ele anda de vagar entre os carros, o garupa está atento, se a missão falhar, não terá homenagem póstuma, deixará uma família destroçada, porque a sua já é, e não terá uma multidão triste por sua morte. Será apenas mais um coitado com capacete velho e um 38 enferrujado jogado no chão, atrapalhando o trânsito.
Teve infância, isso teve, tudo bem que sem nada demais, mas sua mãe o levava ao circo todos os anos, só parou depois que seu novo marido a proibiu de sair de casa, ela começou a beber, a mesma bebida que os programas de televisão mostram nos seus comerciais, só que neles ninguém sofre por beber..
Teve educação, a mesma que todos da sua comunidade tiveram, quase nada que sirva para o século 21. A professora passava um monte de coisa na lousa, mas pra que estudar se pela nova lei do governo todo mundo é aprovado?
Ainda menino, quando assistia as propagandas, entendia que ou você tem ou você não é nada, sabia que era melhor viver pouco como alguém, do que morrer velho como ninguém.
Leu em alguém lugar que São Paulo está ficando indefensável, mas não sabia o que queriam dizer, defesa de quem? Parece assunto de guerra.
Não acreditava em heróis, isso não! Nunca gostou do super-homem nem de nenhum desses caras americanos, preferia respeitar os malandros mais velhos que moravam no seu bairro, o exemplo é aquele ali e pronto.
Tomava tapa na cara do seu padrasto, tomava tapa na cara dos policiais, mas nunca deu tapa na cara de nenhuma das suas vitimas. Ou matava logo ou saia fora.
Era da seguinte opinião, nunca iria num programa de auditório, se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua para ganhar o suficiente para cobrir as dividas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço, algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada. Quantas pessoas que conheceu, trabalharam a vida inteira, sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e no final ficaram velhas, morreram, e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos.
Estava decidido, iria vender o relógio, e ficaria de boa talvez por alguns meses.
O cara pra quem venderia, poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres semi nuas em seu programa.
Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro, nem segunda chance.
O correria, decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.
No final das contas todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso que é sua vida, e o correria ficou com o relógio.
Não vejo motivo pra reclamação, afinal num mundo indefensável até que o rolo foi justo para ambas as partes.

Ferréz
É morador do Capão Redondo, e autor de: Capão Pecado, Manual Prático do ódio, Amanhecer esmeralda e Ninguém é inocente em São Paulo (todos pela objetiva).

49 comentários:

Rafael disse...

http://www.interney.net/blogs/rolleiflex?blog=20&title=luciano_huck_e_a_tropa_das_elites&page=1&more=1&c=1&tb=1&pb=1&disp=single

Luciano Huck e a tropa "das elites"

BEM, ESPERO QUE ISSO CHEGUE ATE VC FERREZ.

ESSE LINK ACIMA FALA SOBRE O QUE ACONTECEU COM O APRESENTADOR LUCIANO HULK. TEXTO ESCRITO PELO, ACHO EU, JORNALISTA ALEXANDRE CARVALHO DOS SANTOS...

EM DADO MOMENTO DO TEXTO ELE SE REFERE A VC, FERREZ E AO VIOLENTISSIMO BAIRRO DO CAPAO REDONDO... ACHO QUE VC JA ENTENDEU O QUE QUERO DIZER.

UM CARA, METIDO A JORNALISTA, PREJULGANDO ALGO QUE ELE PROVAVELMENTE DESCONHECE OU CONHECE POR FONTES DUVIDOSAS.

TAXAR ALGO SEM SABER REALMENTE OS FATOS E INJUSTO, NESSE CASO, INJUSTO COM OS MILHARES DE MORADORES DO BAIRRO. BAIRRO O QUAL EU MORO E NAO VEJO NADA TAO BIZARRO QUANTO ELE SE REFERE. CLARO QUE TEMOS PROBLEMAS, MAS QUE LUGAR NAO TEM???

VC CONCORDA COM ISSO?

RAFAEL rafamaxx@hotmail.com

Sentimento de Fúria disse...

Salve Ferrez,tava na mó curiosidade de ler esse texto,no dia que saiu eu tava trocando idéia com uns professores que eu conheço e eles estavam falando do texto,concordando com a critica,é foda o maluco fazer um texto e falar que quase morreru por um simples relógio mais ele só esqueceu de citar que era um relógio que vale mais que a casa de muitas pessoas.
E o que vc colocou é verdade,essas histórias,textos e contos,ou seja,tudo que diz respeito a vida e ao modo de pensar de um favelado jamais sera compreendido por qualquer um dessa elite que sustenta essa desigualdade que é o Brasil....
Abraço guerreiro....
SEM JANTA

Sentimento de Fúria disse...

Salve Ferrez,tava na mó curiosodade de ler esse texto,pois no dia que saiu os professores da escola que eu trabalho estavam comentando sobre ele,na sua maioria concordavam com ele.E eu tava falando que é foda o Luciano huck fazer um texto e dizer que quase morreu por um simples relógio mais o detalhe que ele esqueceu de citar é que era um relógio que é mais cara que a casa de muitas pessoas.
E o que vc disse é verdade,qualquer um dessa elite que sustenta a desigualdade desse país e não tem a minima noção da realidade não poderá jamais entender os pensamentos e palavras de qualquer um de nós por mais estudado que ele seja.
Um abraço gurreiro.
SEM JANTA

Pedro Alice disse...

Não sei não, Ferréz... Acho que num mundo indefensável ninguém sai ganhando, que rolo nenhum é justo e que ninguém é inocente, nem em SP nem em qualquer outro lugar. Por isto não gostei desta ficção, apesar dela não me chocar ou ofender. Acho que o assalto não é revolucionário, é apenas capitalismo em estado bruto. Se a miséria criasse seres humanos mais nobres e dignos, eu seria a favor dela. Esta visão é muito católica. Não sou o dono da verdade, é só minha opinião... Abraço!

Marco Antônio Bin disse...

É isso, Ferréz, o recado tá dado. Muito bem dado!
Abraço e força.
Bullit

Unknown disse...

Oi, desculpa voltar a um assunto que já deve estar batido e principalmente passado, afinal, a violência (como a notícia) de ontem dá lugar à notícia de hoje e espera na fila pela de amanhã; mas é que lhe tenho uma indagação: por que escolheste a visão de uma pessoa necessitada para o papel de bandido?

Rodrigo Kaveski disse...

Cara, na boa, achei seu comentário extremamanete infeliz. Defender um bandido? Faça-me o favor.

Com certeza você foi mais um que nasceu, como eu, na periferia, mas eu, ao contrário de você, nunca tive inveja do playboy que andava de carrão, porque eu sabia da MINHA capacidade em conseguir um igual aquele.

Cresci no JB (Jardim Brasil), ali pertinho do Edu Chaves, já vi muita coisa ali de tirar o sono.

Estudei no CECA, um lugar onde toda semana tinha treta e droga e nem por isso me deixei levar pela inveja dos que conseguiram um lugar ao sol, ou dos que já nasceram com seu lugar garantido.

Eu sempre tive pena do playboy que não aproveitava a chance que lhe foi dada desde o nascimento, do que prefere bater numa doméstica, ou tacar fogo num índio, esse sim, é um imbecil.

Mas se o cara tem no braço um relógio que dá pra comprar umas casas ou até mesmo o seu bairro todo, problema dele, ele trabalha pra isso, trabalha pra poder comprar o que quiser.

E pode ter certeza cara, que quem consome o programa dele é justamente o pessoal da periferia, porque o rico meu caro, tem tv a cabo.

Já o correria, é mais um idiota com espírito pobre, que ao invés de trampar e estudar pra ter uma vida digna, prefere conseguir um rolex roubando, sipá pra comprar droga, ou pra impressionar as "minas, mano".

Repito, seu comentário foi extremamente infeliz e reflexo do que pensa a periferia do país, uma gente invejosa e sem capacidade.

PS: Eu já consegui meu carrão, mas não ainda um Rolex, mas pode ter certeza, eu vou conseguir um algum dia, e será trabalhando.

Rodrigo Kaveski disse...

Tomara que vc publique o texto anterior, ou não aguenta crítica?

Unknown disse...

Salve ferrez..
Eu gostei do texto,expressa á opinião de quem está no desespero,mais eu questiono algumas coisas,na ficção você expressa uma pessoa necessitada,que quer o relógio para viver bem,si pá ajudar a familía,só que ao meu ver,pelo menos aqui na quebrada,ninguem quer ajudar ninguem,nem na parte mais pobre,todos querem um dia estar no lugar do Luciano Hulk,os manos querem ter destaque,carro e mulher,fora que muitos tem uma vida boa e vai fazer um assalto pra ter dinheiro mais facil,porque estudar e fazer facul com a educação que temos é muito mais dificil,eu gostei da ficção,mais pra mim faltou muitas coisas,porque a real não se resume só nisso,eu sei que num da pra coloca tudo em um conto,mais muitas pessoas que não vive isso vai achar que isso é tudo...

Abraço Ferrez gosto muito de seu trabalho....

Robson Canto disse...

Salve mano! Preciso muito falar contigo! Me liga quando der! Eu tentei te ligar mas ninguém atende no numero que eu tenho! Eu ouvi sua mensagem! valeu!
Aguardo a ligação!

Marigold disse...

Ferrez,
só não entendeu o seu texto da Folha quem não quis entender.
Abraços,
Neide

crítico disse...

Meu, você é elite. Você ganha dinheiro falando dos "correria" e das "miséria", que servem para alimentar pessoas como voce e outros que desejam e precisam da miséria para sobreviver. Afinal, sem miséria, não existiria você, Mano Brown e outros "defensores" da periferia....POnha a mão na consciencia, e veja quem é culpado realmente da situação em que vivemos. Quer queria ou nçao, o relogio do Hulk é mais honesto do que sua obra, que precisa da miséria par existir. Por isso, é bom que voce, Brown e outros ponham a cara para fora da toca, para a sociedade ver quem realmente são vocês, e quem realmente são os bandidos da elite. Realmente, voce perdeu (mais) uma grande chance de ficar calado. Como se dizia antigamente, um verdedeiro vacilão.

Sunshine disse...

Ola Ferrez,
Ja que fez um texto ficticio defendendo o desvio de carater e bandidagem dos "pobres coitados" (classes desfavorecidas, onde alias ha muita gente honesta tb!!! E esses sim deveriam ser mencionados!!) Pq nao faz um texto defendendo a bandidagem de Brasilia? Dos politicos corruptos???
Como VOCE (q gosta de JUSTIFICAR BANDIDAGEM E DESVIO DE CARATER) justificaria a bandidagem dos maiores bandidos do Brasil, os politicos corruptos?
Ai fica foda ne seu merda????

Grata

felipezk3 disse...

Oi, Ferréz. Meu nome é Felipe, sou jornalista e admiro seu trabalho.

Achei seu artigo na Folha muito adequado, inteligente e provocador.

As reações negativas são naturais no contexto da sociedade moralista e repressora em que vivemos.

Ainda bem que há vozes inteligentes como a sua para romper a mediocridade do discurso único.

Turu curitiba disse...

E ai ferrez so to passando pra deixar um salve e agradecer por ter escolhido esse lado da guerra, que muitos falam, mais poucos conhecem. Não e qualquer um que se espoe a dar uma visão que não siga os padrões das elites, muitos não gostaram, esse e o lado bom, num país hipocrita, mais e o caminho pra mudar alguma coisa porque se estivesse bom, não haveria discussão porque o boy perdeu o relogio e sim porque a molecada arisca a vida por pouca coisa. continue assim e é nois até o final . abraço e parabens.

MlleJuli disse...

Engraçado... neguinho dormindo na rua é normal, seres humanos sujos que mais parecem ratos na praça da República é normal, ganhar R$ 300,00 para sustentar 7 filhos é normal... Agora roubar relógio de R$ 48.000,00 que só dá pra ver a hora é anormal... putz esse povo merece o pais que tem. O Luciano Huck faz parte do problema, ele não é a solução. Pior do que a violência banalizada, é a desigualdade banalizada.

Leandro Almeida disse...

Pô o cara foi pra NY, logo após o incidente.
Muito legal esse texto mas nem sempre o assaltante é pai de família e blá..blá..blá... e se o cara roubasse pra comprar pedra?
Tanto faz.. dane-se manda ele ir lá na favela onde vc mora, é sempre assim, esses caras se borram de medo só porque o fato envolve sua saúde, sua vida, por ele, aposto que queria viver mais só para ganhar mais grana, esbanjar mais grana e ostentar.
È bom pra ele ficar "esperto"
E ainda fala de pagar os impostos , kkk
JUDEU SAFADO !

Unknown disse...

As duas perspectivas me parecem maniqueístas...

mutantix disse...

salve, ferrez.
cheguei no teu site pelo joão wainer.

alguém aí falou em capitalismo em estado bruto. concordo. mas também acho que tu tá certo em colocar outros pontos de vista. quem tem a mídia na mão tem que saber fazer uso dela (mas não só pra si). tem que abrir a visão das coisas e só o debate faz isso.

meu blog só tem histórias capitalistas e burguesas, sou fotógrafo de publicidade. mas tento ler e saber o que acontece por aí e prefiro espalhar opiniões pra que todos tenham a sua.

sou elite, sim, mas não sou burro.

abraço! curto teus livros.

tomjobimcomasas disse...

Discordo do texto mesmo sendo uma ficção, retrata a vida de muitas pessoas da periferia.
Mas enfim eu teria ficado revoltado se roubassem meu rolex, se eu tivesse um, acho que trabalhei para isso, estudei corri atrás do meu e consigui se tenho dinheiro eu vou comprar.
Agora dizer que ser pobre, não ter trabalho e não ter estudo, é motivo de revolta. Estudo é precário no país, eu sei, mas tem. Eu mesmo estudei em várias escolas do Estado, matéria na lousa sempre tinha, o que não tinha era aluno prestando atenção na aula, o que eu via era bagunça eu mesmo não tinha interesse em estudar. Depois de um tempo vi que havia perdido muita coisa.Nem por isso me revoltei com o sistema, fiquei revoltado comigo mesmo.
A história é o seguinte, o brasileiro é preguiçoso, ninguém quer trabalhar, ninguém quer estudar. Outro dia estava lendo a seguinte história, um agricultor produzia rapadura ele sozinho fazia rapadura, ao lado havia um assentamento sem terra, ofereceu emprego nenhuma daquelas pessoas queria trabalhar, e isso acontece diariamente.
E você Ferréz morador do Capão Redondo, pq não se revoltou? Você éum grande exemplo a ser seguido ai na periferia.
Você deveria se revoltar com o tráfico , com pessoas indo para marginalidade e não buscar desculpas para pessoas que entram para o crime.


Ma ai aqui fica a questão. Quantas casas da pra comprar na periferia com o carro do Mano Brown? não entendo pq vc não se revolta com ele também.


O brasileiro tem que deixar de ser vítima.

E é fato quem quer consegue.

Unknown disse...

Olá Ferréz

Acho que você tem direito de expor seu ponto de vista em uma crônica. Contudo, estou farto desse discurso condescendente que o pessoal da periferia fica encoando com se fosse um mantra. A injustiça social não justifica mais violência! Todo mundo tem direito de falar, protestar como quiser. Mas é preciso fazer isso com responsabilidade! Caso contrário, estamos contribuindo para que esta situação caótica piore ainda mais! Não adianta o pessoal do Rap tascar a lenha em cima da polícia! O que temos que fazer é investir em programas de educação e cultura nas comunidades carentes. Esquecer esta filosofia do "tadinho" que impera no nosso país como uma praga! É injusto somente os negros e índios terem acesso ao ensino superior, sendo que a maioria dos jovens do nosso país pertence á classe baixa. Por que não estender o ensino superior para todos aqueles que querem estudar? Por que somente para aqueles que são considerados uma minoria em nosso país tem direito ao acesso á educação superior? Isso também não é uma forma de discriminação? Por último, está mais do que na hora de reavialiarmos nossos conceitos com relação á sociedade. O que aconteceu com o Huck que para muitos é um "burguês" ( conceito este estúpido e preconceituoso)pode acontecer comigo e até mesmo com você. Não precisa nem mesmo ser durante uma assalto.Ás vezes basta que você esteja andando na rua para torna-se uma vítima de uma bala perdida. PENSE NISSO.

Neusa Medrado disse...

Olá, Ferrez...

Nem vou mais tecer comentários sobre os comentários que saíram na Folha de S. Paulo sobre o seu texto lá publicado. Quero apenas comentar alguns comentários que li aqui.
O sujeito dizer que ainda vai ter um Rolex... puta sonho babaca, de quem já foi ganho pela mentalidade burguesa das grandes marcas, do ter para provar que é, que “venceu na vida”, que merda! .
Meu sonho é, como professora que sou, ganhar mais para poder comprar mais livros, por exemplo.
Alguém também escreveu sobre o carro do Brown... só alguém muito ignorante ou cínico para achar que a grana ganha por gente como você e mesmo o Mano Brown, a quem pouco conheço, tem a mesma origem que a grana ganha por Huck’s . Xuxa’s e Sangalo’s da vida. O cidadão definitivamente não sabe diferença entre o dinheiro ganho a partir da própria arte, e no caso de vocês uma arte que se mostra preocupada com a grande massa de excluídos desse mundão chamado Brasil e que, diga-se de passagem, não passa nem perto do que ganham, essas outras tristes figuras que, além de passarem longe de uma coisa chamada arte, lucram, e muito, com a exclusão da qual eles se aproveitam e pela qual são responsáveis. Será que é tão difícil enxergar isso? Me parece tudo tão óbvio!
E, finalmente, mas não menos mal informado, quem acha que finda a miséria você não teria mais bala na agulha para continuar a sua caminhada literária. Esse povo sim me cansa.
Aos que se metem a te criticar sem, na verdade, conhecer um mínimo das suas idéias, vou lembrar aqui uma fala sua que vi numa entrevista para a Globo News, quando da publicação do “Capão Pecado”, onde você criticava os parceiros da periferia por preferirem as drogas aos livros. As pessoas antes de atacarem ou admirarem deviam procuras conhecer melhor aqueles sobre quem vão falar.
Grande Abraço, continuo te admirando.
Neusa Medrado. Piracicaba, SP.

La Centtella disse...

Coitado do Sr. Hulk, rapaz trabalhador, cidadão de bem, apresentador de um programa de "alta densidade cultural", vítima da concentração brutal de renda que existe no Brasil, com certeza deve pegar quatro coletivos todo dia para ir e voltar do trabalho, aquele relógio com certeza deve ter lhe custado o olho da cara, deve ter parcelado em 300 vezes, coitadinho...

Parabêns Ferrez!

PS: Tomei a liberdade de linkar o seu blog ao meu Ferrez!

Unknown disse...

Excelente seu artigo, parabéns!Gostaria de saber como anda a declaração do IR desta galera que reclama de roubarem um rolex dos "coitadinhos endinheirados", contas não declaradas no exterior, qto a playboyzada paga a seus funcionários, etc...só louco usa este tipo de acessório na selva que vivemos, tá pedindo pra ser roubado mesmo...cordiais saudações!

Unknown disse...

Férrez,
excelente o texto na Folha. Os ricos sempre se incomodam quando encontram resistência debaixo das botas. Mas acho bobagem esta história de ficção ou não ficção...vc se expressou como pode.. e muito bem. Não por acaso falou por muitos. Na mídia apareceu o que é raro: um outro lado.
Abraço
Muita força
Gustavo

Denis Silva disse...

Salve Férrez,

Infelizmente para algumas pessoas há uma grande dificuldade em compreender o texto, se comparado à idéia que o autor realmente quis passar.
O momento do texto, escrito pelo apresentador, em questão foi inoportuno e ás palavras colocadas por ele também.
O fato é: todo mundo tem um poder de transformação maior do que imagina, todavia a realidade das pessoas a limita de tal maneira, que seu mundo é reduzido a um raio de no máximo 500 metros.
O apresentador em questão tem em mãos mais de uma hora por semana da mídia de massa mais poderosa do planeta, no entanto a usa da maneira que lhe convém, sem a preocupação de uma real tranformação da sociedade.
Ele faz uma critica o Mano Brown e sua intrevista no Roda Viva, mas acredito que ele também não soube interpretar as palavras dos Racionais, pois entenderia que eles nunca quiseram ser salvadores da pátria ou heróis, muito pelo contrário, super-herói são aqueles que acordam as 5 da manhã e pegam trem lotado para trabalhar e ganham um salário que mais parece esmola, ou a tiazinha aposentada que cria os filhos e os filhos de seus filhos com a aposentadoria.
E que é por causa destas pessoas, que são nossos verdadeiros heróis, que o Racionais canta e que você escreve.
Um abraço meu velho.

Fábio Linno disse...

PENSAMENTOS DE UM “TRABALHADOR”


Penso que o senhor Ferréz não tenha a menor noção do que é ter um 38 na cabeça, mais também pode ser que nem seja isto; neste caso não passe de um pusilânime destes que consegue enxergar uma espécie de “Robin Hood” em cada gatuno que furta o rolex de um “Gran-Fino” nos jardins.
Ou você está totalmente fora da realidade Ferréz, ou então, não passa de um oportunista tentando ser o “advogado do diabo”.
Morar na periferia, não é motivo de vergonha, acordar de manhã para trabalhar só é um martírio para aqueles que imbuídos de uma espécie de egoísmo ou egocentrismo perverso imagina que Deus, não foi justo ao dar “apenas” a luz do Sol de cada dia para que todos nós possamos lutar pelos nossos sonhos com honestidade e respeito.
Moro na periferia, meu Pai teve problemas com o álcool, e era um homem violento e nem por isso sai por ai fazendo “correrias” e nem precisei vender minha alma a nenhuma facção religiosa ou mesmo criminosa. Muito pelo contrário, sempre trabalhei, pago impostos e sempre procurei ser bom para mim e para os outros.
Mais vejo que uma parte de nossa juventude hoje longe de ser “idealista” longe de ter sonhos de futuro está impregnada de um narcisismo desesperançado e sem o menor conteúdo. Sonhar ter um projeto de futuro isto lhes cheira muito mal! Querem tudo aqui e agora! Embrutecidos pelo consumismo sem sentido, mesmo que para ter o que desejam: (Carro,moto,celular,roupas de marca) tenham que abreviar a própria vida e a dos outros e isto é em todas as camadas de nossa sociedade; qual é a similaridade, entre um ladrão “bem nascido” e um pobre correria “injustiçado” da periferia?
Qual é a motivação que uma pessoa pode ter para tirar de outrem aquilo que não lhe pertence, na maioria das vezes, ainda presenteando-a com um tiro na cara?

Possíveis Respostas:

1º) Falta de senso de sociabilidade. Para estes, só existe o próprio umbigo e conseqüentemente seus próprios e mesquinhos interesses.

2º) Depois temos os grupos “culturais” que agem nas periferias de forma ambíngua, pois para a mídia vendem a idéia de que estão retratando o dia-a-dia da periferia, mais na verdade Criam um campo ideológico e linguístico que justifica a existência e manutenção e conseqüente renovação dos ditos “manos”. Além é claro, de limitar o horizonte de possibilidades destes, pois ao agirem e se sentirem como
pertencentes a um grupo marginalizado específico de nossa sociedade, perdem a noção de individualidade assumem estereótipos estranhos á sua cultura natal, perdendo a própria identidade. Tornam-se alienados.

O Sujeito, que estes dias roubou o Senhor Luciano Huck, não vacilará em tentar roubar ou mesmo estrupar ou matar a mãe ou o filho de nenhum de nós, os jornais diariamente atestam esta minha afirmação. Não importando se seja um rolex ou um simples celular, uma reação instintiva no rosto ou nas mãos ou pés já lhes bastam.
Para estes a qual a falta de educação básica tornou nebulosa toda a possibilidade de socialização e respeito à vida alheia, só resta que acabemos com a hipocrisia de achar natural ou conseqüência de uma sociedade injusta, visto que os pais destes muitas vezes não tiveram metade das oportunidades que estes “correrias” têm hoje em dia para se tornarem homens de verdade, seus pais foram os homens e mulheres que vieram para cá e construíram boa parte de nossa cidade a custa de muito trabalho e na maioria das vezes, obtiveram o teto e o sustento onde esta geração nasceu e continua na maioria das vezes vivendo bem ou mal.
os “Manos e a vida loka” da qual também são vitimas (mais não inocentes...) e cuidemos mais de nossos filhos procurando dar lhes em oposição a esta ideologia perversa que permeia nossa sociedade, exemplos de dignidade amor e amizade.

Elias poeta dos loucos disse...

Salve Ferréz , vamos lá , caraio quase engasgo , cheguei cedo aqui no trampo , vou tomar um café e e´claro ver como está a revolução dos irmãos , e olha só o que encontro , nossa quanto termo pejorativo , olhem só a reação de uma verdade bem dita , os abutres estão vivendo em outra realidade , ou melhor estão bem vivos é o que parece , mas parecem que são desprovidos totalmente de uma minima inteligencia , óoooo calma Elias num é assim , pobre que é burro ,favelado que é desprovido de tudo , periferico que é ignorante , nossa pensando bem como a massa periferica é pacifica , na verdade meu sonho era ver tudo tomado , ou melhor tudo que é de direito nosso , os senhores da casa grande nos roubaram tudo só que esqueceram de um detalhe a rua , e nó estamos nela , para que pergunta vc ? veja bem ...
Vamos ver os dois lados da moeda em jogo , aepnas no final meus caros tirem sua duvidas , se tiver alguma é claro ,

Capitalismo não fui eu quem criou nem Ferrez nem Brown , tenho certeza que nenhum favelado .
quem implantou no Brasil há resposta facil : foi a burguesia

Claro né contratam mão de obra barata , etc etc , O rico continua cada vez mais rico e pobre vcs ja sabem onde vai parar : favela ,becos , vielas e morros , até ai tudo bem , a burguesia ta contente , ai vem a midia me perdoem que gosta delas , mas a maioria é reacionaria , e o que acontece , la vem uma avalanche de comerciais , é de tudo , nada contra a propaganda , mas em demasia , nego até comercial de droga é liberado , que droga vc deve estar pensando... caraio o alcool é o que ? tem até dia pra beber agora alias hora , brinquedo nossa , a tecnologia foi longe nesse assunto , e tome sede de consumismo , de nós não opa , só assistimo da vitrine , e olha que a vitrine é grande .. e o muleque esta lá descalço na rua ,barriga vazia , olha só que louco tem um ditado assim ( mente vazia é oficina do diabo ) agora me diz e barriga vazia é oficina do que ? tem almoço em são paulo que custa o salario do mano que levanta as 4:00 e chega em casa as 8:00 , ralando de sol a sol , com a marmita em baixo do braço , , é daqui a pouco vão taxar a periferia de invejosos , a gente não temos rolex , geladeira de inox side by side , e carros importados , aliás quem queriamos isso , só queremos o que é nosso de direito , que foi roubado a muitos anos atrás , mas hoje a favela tem voz , a voz verdadeira , há é dizem que a verdade dói ´e num é que doeu memo em muitos recalcados , .. mas olhem o muleque ta la crescendo de barriga vazia e descalço , o pai e a mãe estão a merce do sistema , o pai alcoolico a mãe empregada dosmestica , lava e passa pra palyboy e humilhada e ganha uma mixaria , o que passa na cabeça deste menino que virou homem , o que vc acha ? vai trabalhar e ganhar dinheiro , rsrsr é piada né , ele esta vacinado contra a hipocrisia deste país , de um lado a burguesia que não para de ostentar , as facu de renome jã são deles , os melhores empregos deles , é foda né , do outro meus caros é crime , crime este criado e financiado pela propria burguesia , vcs que escolheram o capitalismo não é , então aguenta ... vc liga a tv é danoninho é tv de plasma ,lcd , é video game que custa uma casa na favela , é carro bonito , vamos ser sincero o comercial foi feito e elaborado pra favela ? a favela esta em casa com o carné , que parece mais uma biblia , mas a midia esta lá alimentando o homem que estava de barriga vazia , não ele não esta mais de barriga vazia , ele partiu para revolução armada , se é errado ou não , não cabe a mim critica-lo , ele esta com fome e foi buscar comida , e olha que ele esta com uma dose consideravel de odio , quer justiça sobre todo sofrimento de sua mãe , da alienação de seu pai , mas a culpa é de quem do Ferréz do Brown , foi eles que foram lá na casa dele falar que tem que ter dinheiro para ser alguem , foram eles que fizeram propaganda para a cupula da ostentação , é meus caros , acho que falei demais , tem pessoas que acham que isso aqui chamado são paulo esta uma maravilha , e o engraçado é que a periferia é lesada o tempo todo , e não tem direito de defesa , mas o playboy é lesado só por um simples relogio , quer virar leão diante da camera, vamos parar de hipocrisia e sermos mais humanos , porque a burguesia tem que agradecer de joelhos todo dia , sabe porque . como ja disse somos pacificos ao extremos , pelo tudo que passamos por tudo que nos roubaram , fico certo de que , Deus escreve certo por linhas tortas , abraços revolucionarios , e como diz o Ferréz , Paz a quem merece .... Parabéns Ferrez pelo texto .. Elias L. Medeiros

fab disse...

Teve um cara que postou o seguinte comentário:

"pessoas como voce e outros que desejam e precisam da miséria para sobreviver. Afinal, sem miséria, não existiria você, Mano Brown e outros "defensores" da periferia....POnha a mão na consciencia, e veja quem é culpado realmente da situação em que vivemos. Quer queria ou nçao, o relogio do Hulk é mais honesto do que sua obra, que precisa da miséria par existir. "

Esse cara deve ser comediante, só pode ser piada alguém achar que caras como Ferréz, Mano Brown, Buzo, Sérgio Vaz, Goc, Paulo Lins, entre tantos outros que abordam a periferia em seus textos são oportunistas.
A miséria e a favela não nasceram depois deles, eles são o RESULTADO dessa porra toda. E "desejar" pobreza? Isso virou ficção científica, cara.
1Dasul ajuda gente pra caralho, Literatura Marginal traz a público escritores excelentes.
Quem acompanha o trampo o Ferréz tá ligado da merda que você está falando, e se você acha que ele é vacilão como disse, é simples, faça melhor.

fab disse...

Outra coisa.
O nome do texto é "Pensamentos de um correria", não é "Pensamentos do Ferréz".
E o Reinaldo Azevedo se diz "jornalista"! Coitado, nem ler o almofadinha sabe.

Unknown disse...

Errou feio nesse texto aí...

Como é que vc "tenta ser um bom exemplo" como disse, tentando justificar um cano na cabeça de uma pessoa?

Porque vc não faz um texto tentando justificar a tua luta em nome de um futuro digno, honesto, batalhador e inteligente?

Não acha que seria exemplo melhor?

Quantos garotos tentarão seguir o SEU exemplo, depois de ler esse texto?
E quanto vão seguir o exemplo do "correria"?
Esse tipo de crítica ao "sistema", justificando a guerra, pode crer, não vai melhorar a vida de ninguém. Seu texto representa a nossa derrota. A derrota da sociedade.

Já perdemos.

Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca disse...

lí o texto Ferrezito...
Vou dar o meu pitaco sobre o ocorrido:
O q acontece é q o seu texto não é texto de Folha de São Paulo. A imprensa no Brasil é tendenciosa e sectária, escancaradamente. Você disse q o texto foi ingênuo, e eu acredito. Acredito que pra vc seja muito natural apresentar esses fatos que circundam o mundo e q quase ninguem liga. Mas se seus textos são recebidos com hostilidade pelas pessoas q precisam ser provocadas,parabéns, os textos são bons!
E se tem uma coisa que os meios de comunicação em geral não possuem é essa ingenuidade. Todos tem propósitos ideológicos bem definidos...Vc sabe disso melhor q eu neh bem.
O negócio é q vc tava acostumado na Caros...agora gente que acredita em jornais e na veja vai conhecer vc...seus novos leitores serão uma gente tão...tão...ah coitados ferrez...dah um desconto!
não...desconto nenhum...vai com tudo amigo!


bjos

fabi

Unknown disse...

No meio jornalístico dizem que você é oque você escreve, isso já serviria pra explicar o porque da escolha (infeliz por sinal) de tratar de assalto na visão do marginal.
O negócio é que já tô p.. da vida com essa história de neguin tá sempre falando de sociedade injusta, de exclusão social, enfim, tudo isso seria algo produtivo se esse papo não se desvirtuasse pra motivar e justificar a prática de crimes.
É uma babaquice das maiores, já virou clichê de bandido culpar a sociedade depois de meter a bala na cabeça de um pai de família, o caso do Luciano é só mais um, e dos mais banais, agora vc nobre Ferrez, esqueceu das vezes que a história acaba com sangue de gente inocente.
Conversar com um marginal é confirmar que eles em atos quase sociopatas, já nem se sentem mais culpados quando praticam um crime, a culpa é da sociedade que não deu oportunidades e etc.
Enfim, o seu "pensamento" ou sua "história de ficção" só contribui pra aumentar ainda mais a discórdia entre as classes e o abismo cultural, além é claro de aumentar a discriminação do Rap Hip hop ou qualquer outro rítimo que encoraja os "vida loka" a praticar as suas "correrias".
Será possível que nenhum happer funkeiro ou o diabo a 4 que seja ídolo nas comunidades não pode dizer algo do tipo: "estude, o crime não compensa, sai da correria" ou algo assim? Na verdade creioq ue o happer só é ídolo da sua "comunidade" por fazer justamente o contrário.
eu preferiria morrer se todo mundo que passase dificuldades pra conseguir alguma coisa na vida descambasse pra roubar que batalhou pra conseguir, nenhum "Seu Francisco" iria trabalhar de motorista ou porteiro, ia colocar uma arma na mão e se preciso sapecar um coitado de bala pra levar uns trocados pra casa.

Pregue a bestialidade e seja tratado como uma besta.
E por último ao que me consta, sua renda dava pra comprar uns rolex como aquele roubado.
Simplesmente lamentável, ficção ou não, tenho certeza que seu pensamento sobre o assunto não desanda da "crônica" escrita.

Douglas Vega disse...

Isso ai Ferrez, muito bom o texto.

Acredito que o outro lado tenha o direito de responder o texto do Luciano, e você fez isso por ele muito bem.

Não acho que o texto tente justificar nada como disseram, apenas mostrar a realidade do outro lado.

Cabe a nós comparar e decidir quem é a verdadeira vítima.

abraços

Elizeu de Lima disse...

Tudo bem em o cara, estudar, trabalhar, ganhar muito dinheiro e comprar um Rolex. Mas não numa sociedade onde milhões de cidadãos, que não têm sequer o direito básico à comida e educação, trabalham como escravos até morrerem por exaustão, na miséria.
O que uma merda dum Rolex faz que o meu relógio de 10 reais não faz? Ambos servem só pra medir o tempo, nada mais. Um cara que se diz preocupado com os mais necessitados, que desenvolve projeto social e tal, que clama por justiça meter num braço um símbolo de luxo e ostentação não tem outra intenção senão a de superioridade.

Assim como apontar uma arma pra cabeça de outro e roubá-lo é crime, ostentar objetos de luxo pelas ruas de um país onde milhões (ainda) passam fome, também deveria ser.

Dirão: "os ricos têm direito de gastar o dinheiro deles com o que quiser"
E eu direi: e o direito básico à alimentação, usurpado de milhões de brasileiros?! Por que a imprensa não reivindica?!
Seria Huck mais digno do que qualquer outro cidadão brasileiro? Por que só ele merece manchete de capa quando é assaltado?

Não pretendo defender os ladrões, muito pelo contrário, acho que devem ser presos e responder por seus crimes. Mas também não é coerente isentar Luciano Huck!

Quer posar de rico?! Vai pra Las Vegas, Califórnia... Aqui é Brasil, meu caro, uma nação de miseráveis!!

Ricco disse...

Pazz Ferréz! Eu acho que todo mundo entendeu seu texto sim, e entendeu bem. Mas é lógico que a elite vai se fazer de boba, que não entendeu, criticar e se voltar contra. Afinal eles são os reponsáveis antes de ser vítimas. Então estão se fazendo de bobos faz tempo. Mas de bobos não tem nada. O que eles não querem é colaborar de verdade, então finge que não entende e continuam assim em seus castelos, não fazendo nada pelo próximo (as vezes jogam umas migalhas aos pobres) e criticando quem faz.

Citei seu texto em um artigo que escrevi: "O dia que o jovem rico Luciano Huck se encontrou com Jesus"
http://www.expedicaomochila.com.br/blog/?p=87

até
Ricco

Lugar Nenhum disse...

todos são bons em críticas e é só!!!! deviam ser bons em mergulho...

e assim mergulhar mais fundo na aparência das coisas, e não apenas escolher um lado...

assim como queriam os russos, como queria gorki (e o fez)

tentem de novo

Luna Freire disse...

As coisas estão ficando mais claras no Brasil. As classes estão ficando mais claras no Brasil. E a guerra se torna mais evidente. De um lado, os que mantém e são mantidos por esse sistema que se mantém: a elite, a classe média, a Polícia, a mídia e os três poderes. Do outro, uma multidão de miseráveis, com diversos matizes.
Eis o maior problema desta guerra: é que, embora, os lados comecem a ficar claros, os que deveriam estar contra o sistema ainda não conhecem de que lado estão. Parte deles quer tomar o lugar da elite e sua guerra tem essa única finalidade. A concentração de renda revolta. Mas poucos são os revoltados que querem, de fato, repartir a renda. Outra parte não quer guerra alguma, e prefere que as coisas fiquem bem do jeito que estão. E há as exceções, essas são as verdadeiras armas de mudança: o pessoal do hip hop nas periferias, os sem-terra, os poetas e artistas marginais.
PS: O filme Tropa de Elite não descreve a realidade. O filme Tropa de Elite narra a guerra a partir de um ponto de vista, que nós sabemos qual é. Não teria tanto marketing se o narrador fosse outro. Cuidado, rapaziada! O cineasta não é "do mal". Mas ele fabricou uma arma que está sendo poderosamente utilizada contra todos os que estão contra.

Bruno Porpetta disse...

Primeiramente gostaria de salientar que seu texto para a Folha, que pode até ser um conto, mas passa tranquilo como um relato, é excelente! Talvez o melhor que eu li neste ano.
Estava lendo outros comentários a respeito do texto aqui no seu blog e fiquei pensando: será que as pessoas tem exata noção do que falam?
Não vim da periferia, nasci num bairro classe média de Santos e moro em São Paulo há 5 anos, mas na minha cidade tive oportunidade de andar por muitas quebradas, praticamente pela cidade toda, e algumas aqui de São Paulo.
Mas creio que alguns elementos devem ser colocados neste debate, elementos tais que podem ser desconhecidos pra alguns.
Uns disseram que o texto incorre numa generalização das condições de vida e práticas de sobrevivência das pessoas que vivem na periferia. É óbvio que periferia não é sinônimo de bandidagem! Mas digamos que a vida reserva muito pouca oportunidade pra quem mora lá, e o crime amplia esse leque. Muitas vezes quem tá no crime, tá pra poder comer! E cito um exemplo: conheço um rapaz que mora com a mãe no Itaim Paulista, num conjunto habitacional, e foi rejeitado em diversas tentativas de emprego, só conseguiu um emprego porque colocou no currículo o endereço da irmã, que mora no Tiquatira, na Penha. E alguém quer me dizer que as oportunidades são iguais?
Outros dizem que Luciano Huck comprou um Rolex porque "trabalhou" pra isso. Invertam a lógica, quanta gente trabalhou pra ele comprar um rolex? O cara já nasceu rico, o pai já era empresário e dos grandes. Ou seja, quem trabalha pra ele trabalha muito mais, mas não tem direito à Rolex! Esse Rolex, a lancha, o iate, a cobertura, entre outros ítens, são fruto do trabalho de muita gente, menos do dele.
Outros dizem que, mesmo com tudo isso, não se pode legitimar a ação do assaltante e põe Huck no papel de vítima. Do ponto de vista legal, é isso mesmo.
Mas a lei é resultado do que pensam os Hucks, os Ermírios de Morais, os Robertos Marinhos, os Dórias da vida. Fazem as leis pra manterem as coisas exatamente como são. Nos roubam tudo! Elegem seus amigos para fazer as leis, manipulam as mesmas, enriquecem ainda mais às nossas custas, e determinam o que é moral e amoral.
Às favas com a moral deles!
Quando não se tem nada, esse papo de moral fica muito prejudicado.
No fim das contas, o rolo ainda não tá justo. Só estará quando tomarmos de volta tudo que pessoas como Huck nos tiram no dia-a-dia.

Bruno Padron, classe média (por definição) mas trabalhador como outros tantos.

Unknown disse...

Caro Ferrez,
A polêmica toda mostra o quanto a luta de classes é pesada. Saiba que você tem leitores e apoio em vários lugares. Seu texto é uma pequena obra-prima, feita, como você disse, no calor da hora. É muito lúcida suas constantes referências a Carolina Maria de Jesus. É essa lucidez que assusta a galera que reza pelas revistas semanais.

. disse...

Aê Rodrigo vai tomar no cú mano, se tem pensamento de elite também, vai tomar no cu se fude. Eu to com o Férrez e a periferia até o fim, e você quer se tornar um deles, e com certeza o Férrez não vai publicar esse texto seu meia boca no blog, por que nosso blog tem compromisso com o mais sofrido, e não com elite nem porra de ninguém que paga pau pra Luciano Huck. E eu não tenho inveja porra nenhuma desses playboys, tanto que eles as vezes não tem um terço da nossa capacidade literária, são uns complexados, que tomam diasepam e calmantes, e outra não somos pobres, apenas não temos as coisas. E já que se gosta tanto da elite, vai pro lado deles então.

" e que os familiar tende a chorar a guerra é essa e não vai inimigo sobrar."

www.renatovital.blogspot.com
Revolução na Mente, Louco Inconsequente.

Fernando disse...

Ferréz,
De cara, achei seu texto nota 10. Agora dia sim, dia também, tem colunista falando de você. Eu lia e pensava: ou esses caras têm problema de interpretação de texto ou agem de má-fé. Pelo jeito, são os dois.
Abraços,

Anônimo disse...

Ferréz,

Não pude escrever antes. Mesmo assim, não quis deixar de te dizer que achei seu texto brilhante. Estamos sempre acostumados a ouvir e ser compreensivos com o outro lado, de quem tem dinheiro, de quem acha que tem o direito exclusivo de ter direito à condição humana - que é sempre terrível. O seu conto, escrito do ponto de vista dos ladrões, demonstra que este lado também é humano e cheio de contradições. E não pode ser tachado de maneira simples de marginal, ladrão, coisa ruim etc. Brilhante. Meus parabéns, Mário.

Unknown disse...

Caro Ferrez

Envio um texto para sua leitura crítica. Obrigada.
Um abraço,

Cláudia

“ELE ME olha, cumprimenta rápido e vai para o estúdio. Acordou cedo, procurou rever os compromissos do dia e organizar a agenda da manhã. A assessora avisa que houve um imprevisto e pede novo agendamento de uma reunião. Ele atende prontamente a solicitação, tranqüilo toma seu café e sai para a sua pauta, que é como todos chamam a reunião de trabalho do Instituto.
Destaque para as novas parcerias da Produtora Social que “oferece um produto com qualidade de mercado aliado a uma ação social”. O diretor-presidente é o responsável pela articulação harmoniosa de apoiadores do estúdio-escola. Destinado à “missão de contribuir para a inserção de jovens de baixa renda no mundo do trabalho”, o diretor assume seu compromisso com as comunidades e com a formação de “jovens que sejam capazes de contribuir com a transformação positiva de seu entorno”.
O leilão beneficente realizado no primeiro semestre do ano de 2003 — um marco — representa uma iniciativa que consolidou o programa educacional do Instituto. Desde então a instituição mantém em seu histórico as oficinas de exercícios coletivos, consagradas à visibilidade do projeto social.
Entre inúmeros colaboradores o Instituto conta com a equipe executiva — superintendência, núcleo educacional, núcleo de comunicação, núcleo administrativo financeiro, núcleo de fomento, núcleo de inserção, produtora social — que se dedica ao planejamento detalhado de toda a estrutura de atividades do projeto e pode enfim colaborar definitivamente para que o Instituto coloque em andamento suas propostas, suas oficinas técnicas e suas oficinas sócioculturais.
São as parcerias efetivas que reúnem entre todos — conselho consultivo, conselho fiscal, diretoria, equipe executiva, educadores e monitores — os resultados do empenho de cerca de setenta colaboradores dedicados á inserção do jovem no mundo do trabalho. Inclusive com o mérito da formação de uma turma composta por 100 jovens no encerramento do ano de 2004.
Enfim devido à total dedicação das equipes, como sempre as reuniões da manhã se sucedem em compasso acelerado e os compromissos do período vespertino aguardam, de acordo com a agenda. Resta muito por fazer.
Em um outro circuito igualmente motivador, de volta à rotina de reuniões agendadas para à tarde, nosso diretor-presidente assume agora a liderança das discussões entusiasmadas sobre os quadros do programa para a semana. Entre inúmeras pautas interessantes surge o destaque: a família Silva.
Família modesta com mãe, filho, filha, neto, cachorros, tartaruga instalados “provisoriamente” por cerca de duas décadas em uma “casa” que se mantém com cerca de mil reais mensais. Não há dúvida: o quadro, ou melhor, a pauta está definida.
Certamente a equipe se empenha e consegue antecipadamente — sem sombra de dúvida — solucionar a inconveniência da vida modesta com justos recursos previstos para a empreitada. Mãos à obra.
Quarto com cama de casal, móveis e utensílios novos, sala integrada à cozinha até mesmo uma “churrasqueira”. Certamente haverá a contrapartida. A equipe se esforça e define nova pauta: a Prova.
A prova consiste em um desafio que reúna a família e possibilite a todos de forma integrada a comunhão de um momento único: a cegueira diante do objetivo previamente estabelecido pela equipe de produção.
Exatamente, todos os membros da família permaneceriam com suas vendas para que de forma solidária — naturalmente guiados pela mãe — conseguissem reunir os “cacos” de um azulejo e tentar reintegra-lo à sua forma original, em atendimento ao objetivo fixado pela produção.
Pauta definida, bem redigida e finalizada é momento de rever a agenda do dia seguinte. Pela manhã a definição de novas pautas para discussão, avisa prontamente a assessora.
Hora de encerrar as atividades do dia e seguir para o descanso. Diante da certeza de mais uma manhã repleta de compromissos. Decidiu então não ignorar a potência de um insight e definiu a pauta inicial da manhã: escrever um artigo para um periódico de circulação nacional sobre as incongruências do cotidiano em uma cidade violenta, sob a ótica de um diretor-presidente.”

Unknown disse...

Olá Ferrez!!!

Às vezes fico pensando como a palavra é poderosa, pois estou aqui em Marília, interior de São Paulo (e poderia estar em qualquer outro lugar) para expressar humildemente a minha opinião a uma ficção que incomodou e está incomodando muita gente pelo simples fato de exagerar no outro extremo, intencionalmente e contra a corrente. Sinto um nevoeiro autoritário ganhar força e fazer com que obras de ficção (como o seu texto, o filme “Tropa de elite” etc.) sejam direcionadas pela estratégia do Leão da Montanha (ou seja, à “direita”). A meu ver, embora esses trabalhos sejam excelentes para a discussão crítica, na tentativa de se chegar às raízes dos problemas, o direitismo acaba sendo o caminho mais fácil e conveniente para muita gente. É nessas horas que vemos a consciência de classe e o poder da ideologia agirem a todo vapor. Me recordo daquele clip do Michael Jackson (“Thriller”, se eu não me engano) onde os "Datenas" e os "Renans" da vida saem do chão como mortos vivos... rsrsrs. Quando a gente menos espera eles saem das tumbas fortes como o “L. Hulk”, em uma versão menos verde e mais amarelada (caramba, hoje eu exagerei nas referências à “década perdida”). Enfim, frente a essa gentalha que está aí a 500 anos no poder, o verbo se faz presente sendo uma ferramenta maravilhosa para remexer o obvio e o que todos não param de dizer como verdade absoluta, sem ter o mínimo esforço de se fazer outras mediações da realidade e de abstrair um pouco sobre o sentido e o papel das obras de ficção como a sua e de tantas outras manifestações artísticas. Parabéns pelo trabalho!

Unknown disse...

CARO FERREZ, É COM GRATA SATISFAÇÃO QUE ELOGIO TEU BRILHANTE ARTIGO. COMO VOCÊ DISSE, O PROBLEMA DESTE NOSSO PAÍS É EXATAMENTE O ANALFABETISMO FUNCIONAL.

A CAPACIDADE DE CRIAR E NÃO SER COMPREENDIDO É NORMAL NA “CASA GRANDE”. NÃO POR ANALFABETISMO FUNCIONAL, MAS POR IGNORÂNCIA AO QUE OCORRE NOS GRANDES CENTROS.

TALVEZ ESSA GENTE QUE CRITICOU SEU ARTIGO DEVA LER COM MAIOR PROFUNDIDADE CASA GRANDE E SENZALA, O POVO BRASILEIRO, RAÍZES DO BRASIL, SOBRE SOBRADOS E MOCAMBOS. OBRAS QUE TRAZEM UMA ÓTICA DAS ORIGENS DO QUE A IGNORÂNCIA DESSA GENTE OS DEIXA CEGOS.
TEMOS NO BAIRRO DE OSASCO UM REDUTO IDEOLÓGICO, ONDE DISCUTIMOS PROBLEMAS VOLTADOS À EDUCAÇÃO, À CULTURA E AOS ESPORTES. COLOCAMOS NO VENTILADOR O QUE A MÍDIA PÕE NA AGENDA SETTING.

VISITEI RECENTEMENTE O CAPÃO REDONDO, APÓS ASSISTIR A UM DOCUMENTÁRIO. APROVEITEI E FIZ UM TOUR PELA ZONA SUL PRA COMPARAR COM AS FAVELAS DO PIAUÍ, DO RECIFE, DO RIO E AS DE PORTO PRÍNCIPE.NESSA MINHA VISITA ENRIQUECI MEU VOCABULÁRIO, CONHECI O BAR DO ZÉ BATIDÃO E ALGUNS POETAS DA PERIFERIA. NOSSOS IRMÃOS.QUE ASSIM COMO VOCÊ FAZEM USO DA PENA E DOS NEURÔNIOS PRA PROVOCAR AOS ISOLADOS, NOS LUXUOSOS BAIRROS DE SAMPA, QUE A SOLUÇÃO É A EDUCAÇÃO E CULTURA.

DEIXA EU ME APRESENTAR SOU VALDENILSON FERREIRA, ESTUDANTE DE JORNALISMO EM OSASCO, ORIUNDO DO SERTÃO DO PIAUÍ. QUE ESTUDOU A VIDA TODA EM ESCOLA PÚBLICA E COMO OCORRE COM MILHARES DE TALENTOS DO CAPÃO REDONDO, JARDIM ÂNGELA, JARDIM SÃO LUIZ TEM QUE RALAR CEDO E DEIXAR A FORMAÇÃO SUPERIOR PRA DEPOIS DOS 30.

O CHOQUE IDEOLÓGICO E FÍSICO NÃO ESTÁ LONGE, O RIO DE JANEIRO É PROVA VIVA DESSA VIOLÊNCIA ORIUNDA DE DESCASOS E DESINTERESSES DE UMA MINORIA “ELITE”. NÃO ADIANTA TRANCAR-SE NA ALDEIA DA SERRA, NO LEBLON, NA BARRA, EM ALPHAVILLE, NO MORUMBI ACHANDO QUE O BRASIL É O MELHOR PAÍS DO MUNDO. ESSA ÓTICA É DOS TOLOS.

NÃ DÉCADA DE 80 COM O SURGIMENTO DOS RACIONAIS MCS, POR EXEMPLO, AS LETRAS SÓ SE TORNARAM CADA VEZ MAIS CONTEMPORÂNEAS EM PLENO SEC XXI. NADA MUDOU, NADA MUDA. A IGNORÂNCIA PERSISTE. E OS INÚMEROS CHOQUES PREVISTOS LÁ NO PASSADO EM OBRAS QUE SÓ AGORA GANHARAM DESTAQUE NAS UNIVERSIDADES DO PAÍS JÁ O PREVIAM.

NO HAITI, EM PORTO PRÍNCIPE O ESTADO DE DIREITO FOI RESTABELECIDO À FORÇA, MAS AS DESIGUALDADES SÃO SEMELHANTES, POIS EM PENTIOVILLE TAMBÉM HAVIA MANSÕES, SHOPPINGS ENQUANTO EM BEL AIR, CITY SOLEIL SÃO OS CAPÕES REDONDOS E AS ROCINHAS DA VIDA.

CAMARADA, O HOMEM NASCE COM UMA SINA A CUMPRIR, ÀS VEZES UMA CANETA, A ORATÓRIA E A INTELIGÊNCIA AO CRIAR FAZEM O DIFERENCIAL ENTRE O HOMEM E O HOMEM COMUM.
FELICIDADES.

Vera Barbosa disse...

Excelente, você sempre me emociona com sua lucidez! Beijos!

Vera Barbosa disse...

Excelente! Você sempre me emociona com sua lucidez e sensibilidade! Beijos e parabéns!

Dada disse...

É incrível que as pessoas não estejam nem aí pro fato de que qualquer ricaço é simplesmente imoral, obsceno e indecente.

Num planeta onde as pessoas acham normal uma pessoa resolver viver como um rei enquanto outros seres humanos definham, reclamar de falta de ética política e violência e roubo é o cúmulo da cegueira ou da hipocrisia.

Quem acha que é muito justo viver em riqueza não tem um pingo de ética. Luciano Huck é obsceno.