Blog do escritor Ferréz

Release Ferréz 2004


Release Artístico Ferréz 2004
Reginaldo Ferreira da Silva
(São Paulo SP 1975)
Ferréz, nome literário de Reginaldo Ferreira da Silva, é um híbrido de Virgulino Ferreira (Ferre) e Zumbi dos Palmares (Z) e uma homenagem a heróis populares brasileiros.
Ferréz começou a escrever aos sete anos de idade, acumulando contos, versos, poesias e letras de música. Antes de se dedicar exclusivamente à escrita, trabalhou como balconista, vendedor de vassouras, auxiliar-geral e arquivista. Seu primeiro livro, Fortaleza da Desilusão, foi lançado em 1997, com patrocínio da empresa onde trabalhava. A notoriedade veio com o lançamento de Capão Pecado, lançado em 2000, romance sobre o cotidiano violento do bairro do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, onde vive o escritor. Ligado ao movimento hip hop e fundador da 1DASUL, movimento que promove eventos culturais em bairros da periferia, Ferréz atua como cronista na revista Caros Amigos. Em sua prosa ágil e seca, composta com doses igualmente fortes de revolta, perplexidade e esperança, Ferréz reivindica voz própria e dignidade para os habitantes das periferias das grandes cidades brasileiras.
NASCIMENTO
1975 - São Paulo SP - 29 de dezembro
LOCAIS DE VIDA/VIAGENS
Viagens por Aracaju, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, e no exterior: Alemanha, Itália, Portugal, França, Espanha, fazendo palestras e promovendo eventos culturais nas áreas da periferia dessas cidades.

VIDA FAMILIAR
Filiação: Raimundo Ferreira da Silva, motorista, Maria Luiza Cotta, empregada doméstica.

FORMAÇÃO
São Paulo SP - Cursa o primeiro grau no Colégio Euclides da Cunha, com reprovações na primeira e na terceira séries no curso de português
1989 - São Paulo SP - Curso de datilografia na Escola Escreva
São Paulo SP - Cursa o segundo grau no Colégio Estadual de 1º e 2º Graus Margarida Maria Alves

CONTATOS/INFLUÊNCIAS
Influência da literatura de cordel e do rap, que o autor considera o cordel da periferia. Influência e contato com os grupos de rap Racionais MC, Gog (de Brasília), Facção Central (grupo do bairro do Grajaú, em São Paulo) e Consciência Humana.

ATIVIDADES LITERÁRIAS/CULTURAIS
1997 - São Paulo SP - Publica o livro de poesia concreta Fortaleza da Desilusão, patrocinado pela empresa Ética Manpower, onde trabalhou
1999 - São Paulo SP - Fundador da 1DASUL, movimento que promove eventos culturais em bairros da periferia; o nome alude à idéia de que os participantes do movimento são todos um lutando pelo mesmo ideal e pela dignidade da Zona Sul
2000 - São Paulo SP - Publica Capão Pecado
2000 - São Paulo SP - Começa a escrever mensalmente para a revista Caros Amigos
2000 - São Paulo SP - É colunista do site El Foco, onde publica textos semanais sobre o cotidiano da periferia
2001 - São Paulo SP - Colabora no site No.com
2001 - São Paulo SP - É criador do projeto, organizador e editor-chefe da revista Literatura Marginal, publicada em colaboração com a revista Caros Amigos
2002 - São Paulo SP - 11 jun. - Participa do encontro Esquina da Palavra, com Ignácio de Loyola Brandão e Marcelo Coelho, no Itaú Cultural
2002 – escreve matérias para a Folha de São Paulo.
2002 – participa do livro Notebook juntamente com Caetano Veloso, Roberto Freire, Paulo Coelho, Paulo Lins, Arnaldo Jabor, Pelé. O livro é distribuído em Inglês e Espanhol.
2002 - São Paulo SP - 26 jun. – é lançada a revista Literatura Marginal 2, com participação de 20 escritores de todo o Brasil
2003 – São Paulo SP – outubro – lança o livro Manual Prático do Ódio pela editora Objetiva.
2004 – São Paulo SP – negocia os direitos de Manual Prático do Ódio para cinema.
2004 - São Paulo SP – 29 abril. – é lançada a revista Literatura Marginal 3, com participação de 19 escritores de todo o Brasil
2004 - São Paulo SP – 2 julho. – escreve para a revista americana Jungle Druns número 14, o conto "O Plano".
2004 - São Paulo SP – 20 junho. – palestra ao lado de Marçal Aquino, Paulo Lins e Fernando Bonassi no evento: Diferentes olhares em torno da literatura marginal, no Sesc Consolação.
2004 - São Paulo SP – 4 abril. – tem o conto "os inimigos não levam flores" adaptado para o programa Fantástico da Rede Globo de televisão.
2004 - São Paulo SP – 10 abril. – é palestrante na feira internacional de literatura de Parati, tendo um público acima de 1.400 pessoas, entre elas, Dráuzio Varela, Cacá Diegues, Zuenir Ventura, Eduardo Suplicy, Regina Casé etc.


OUTRAS ATIVIDADES
1995/1997 - São Paulo SP - Trabalha como arquivista na empresa Ética Manpower
1999 - São Paulo SP - Trabalha como chapeiro numa cadeia de fast food
Trabalhou também como balconista em bar e padaria entre os 12 e os 16 anos e vendedor ambulante de vassouras. Aos 18 anos trabalhou como auxiliar-geral numa empresa metalúrgica. Estampou e vendeu camisetas com frases de seu livro, Capão Pecado, antes da sua publicação.
HOMENAGENS/TÍTULOS/PRÊMIOS
2002 - São Paulo SP - Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de Melhor Projeto de Literatura de 2001 para a revista Literatura Marginal, que reúne textos e desenhos de moradores das periferias de cidades brasileiras
MOVIMENTOS LITERÁRIOS
Tendências contemporâneas
LEITURAS CRÍTICAS
"Capão Pecado, de Ferréz, participa do mesmo esforço de construção de uma ‘atitude’ de protesto social, afirmação de orgulho da raça, criatividade artística e ameaça de revolução ‘gangsta’ que tem caracterizado a ação do chamado ‘movimento hip hop’, interessado em construir algum sentido de comunidade face à violência e à miséria limítrofes experimentadas na periferia das grandes cidades brasileiras. O livro procura dizer, na forma do romance, o mesmo que o ‘rap’ dos Racionais e das letras de Mano Brown, para citar aqui os nomes dos artistas mais conhecidos de Capão Redondo, zona sul de São Paulo, capital. Mas que não haja ilusão: Capão também é aqui e o seu destino tem tudo a ver com o nosso.
Começaria observando, em relação à analogia com o ‘rap’, que já por pretender o mesmo que ele, o esforço de Ferréz é também diferente, pois enquanto os ‘rappers’ já encontram, em algum grau, uma estrutura rítmica e musical organizada segundo o modelo principal norte-americano, sobre a qual podem produzir o seu próprio trabalho, a coisa é outra quando se trata de escrever um romance. Ferréz não tem em mãos uma ‘linguagem’ hip-hop neste gênero literário para fazer nela a sua contribuição particular em prol dos direitos ‘manos’. Não encontra pronto quase nada que lhe possa servir imediatamente de modelo fora do cânone letrado, mais ou menos erudito, a que só têm acesso os ‘playboys’, que são todos os que não vivem sob o regime de crueldade instalado na periferia, e que, por isso, são identificados com os que o promovem.
Evidentemente, as próprias letras dos ‘raps’, com seu misto básico de crônica do gueto, convocação da ‘irmandade’ e desafio à ‘polícia’ (seja no sentido mais restrito deste termo, seja no de organização política da sociedade) fornecem a primeira referência de construção do relato, com suas efabulações ao mesmo tempo cruas e verborrágicas, sexistas e devotas, pedagogicamente militantes e politicamente ingênuas, sentenciosas e repletas de jargão - um pouco de modo a encarnar da maneira mais assustadora possível a própria imagem fixada pelos preconceitos raciais e sociais em relação à periferia e seus moradores. Mas isto não dá um romance e, neste ponto, é que se pode reconhecer a melhor medida da tarefa empreendida por Ferréz: trata-se de saltar além da música associada ao gueto e de adotar um gênero que não apenas não se espera dele, como, a rigor, está vedado a ele, com a exclusão social que se cristaliza pela exclusão da escola e do acesso à leitura e à escrita."
Pécora, Alcir. Querido sistema. Correio popular, Campinas, 4 nov. 2000.

FONTES DE PESQUISA
FINOTTI, Ivan. Bem-vindo ao 'fundo do mundo'. Folha de S. Paulo, São Paulo, 06 jan. 2000. p. 4-1.
PAIVA, Marcelo Rubens. Literatura da periferia vê ódio substituir malandragem. Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 jul. 2000. p. E1.
Maiores informações:
Site www.1dasul.com

3 comentários:

Anônimo disse...

hey vagabundo bandido e agora se diz escritor,,, vai proteger o PCC na puta que pariu!!

Anônimo disse...

Ferrez, te acompanho desde seus primeiros ensaios na Caros Amigo, que assino a mais de quatro anos. Essas leituras me fizeram criar uma oficina comunitária chamada "Literatura e Periferia". Tó levando-a para onde posso. Valeu pela inspiração. Coragem sempre.Frank BH

milusao disse...

e um orgulho muito grande ter o bairro onde eu nasci e cresci assim tao bem representado , parabens fewrrez , guerreiro de fe nunca gela . ests e o salve do edmilson aqui de sao jose dos campos.